Os dois principais nomes da oposição ao PT e ao governo Fátima Bezerra caminham, ao que tudo indica, para um confronto inevitável em 2026. De um lado, o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), que costura alianças usa sua maquina de comunicação de blogs, sites e influenciadores para se projetar. Do outro, o senador Rogério Marinho (PL), que mantém seu discurso firme de oposição ideológica ao petismo e articula o palanque conservador no RN.
A disputa entre os dois colocará em xeque alianças partidárias feitas ano passado e exigirá decisões incomodas. Uma delas está no colo de Paulinho Freire, prefeito eleito de Natal. Paulinho foi apoiado por Rogério e pelo senador Styvenson Valentim em 2024. Quando se lançou como pré-candidato, era desacreditado com 4% nas pesquisas e virou o jogo, derrotando o arrogante Carlos Eduardo e o peso da máquina petista na capital. Agora, terá que escolher: segue com Rogério, que foi fundamental na sua campanha, ou se aproxima do projeto de Allyson, que é de seu partido?
Em Mossoró, a equação foi inversa. Rogério bancou a candidatura de Genivan Vale, mas viu Allyson vencer com ampla vantagem. A relação entre o senador e o prefeito, que já estiveram do mesmo lado, deve entrar em nova rota de colisão.
Apesar dos rumores de que poderia buscar um cargo nacional, Rogério tem dito a aliados que seu projeto é estadual. Como já é senador, a única via natural seria a disputa pelo Governo do Estado.
Allyson, por sua vez, não se declara candidato — deixa que os blogs, sites e influenciadores façam o trabalho por ele. Sua imagem é exaltada diariamente como a de um gestor moderno, técnico e viável. Mas ele foge da polarização e evita se colocar como nome da direita ou da esquerda. Quer pular o rótulo ideológico e avançar no vácuo deixado por partidos tradicionais. Já Rogério aposta no embate direto com o PT, vestindo o figurino do bolsonarismo raiz.
Se ambos mantiverem seus projetos até 2026, o campo da oposição potiguar verá mais uma vez sua força dividida — e Paulinho Freire será obrigado a tomar partido.
Ismael Sousa