Repercute fortemente e negativamente o discurso embebido de ódio do candidato a prefeito Hélio Willamy, que afirmou ao povo presente na orla do Rio Aratuá: “Quem tiver com vontade de trair, vai ser massacrado por essa massa que está aqui”.
No contexto de sua fala, Hélio utilizou a expressão “massacre”, que segundo o Dicionário Aurélio, significa “morte (de pessoa ou animal) provocada com crueldade, esp. em grande número, em massa; chacina”.
Pois bem.
Numa sociedade completamente heterogênea socialmente, por ser composta pela diversidade e a variedade de características e condições presentes, escutar daquele que se intitula líder a promessa de dizimação de uma parcela contrária aos seus ideais é realmente chocante.
Imaginar que por uma singela compreensão diversa de não concordância quanto ao estado das coisas em Guamaré e, por conseguinte não votar em Hélio, o cidadão pode ser tido como traidor e ser massacrado é mais chocante ainda.
Assim, sem qualquer parcialidade e analisando as últimas declarações e atos do candidato fica muito evidente o quão difícil é o momento que atravessa Guamaré, onde sequer o direito de divergir merece respeito.
Em primeiro ato público, diante de diversas pessoas no distrito de Baixa do Meio, em alto e bom tom Hélio anunciou: “eu topo qualquer parada para ganhar as eleições”.
Num segundo momento, já na última e mais violenta ação despido de quaisquer máscaras, Hélio prometeu vingança contra aqueles que não o seguirem. Assim, usando do medo, da ameaça e perseguição anunciou que vai massacrar seus opositores e que isso será possível com ajuda dos seus próprios eleitores.
Imagine a que ponto chegamos, o nosso povo que deveria ser tido como um só povo e que deveriam divergir somente por suas opiniões ou escolhas foi elevado a condição de dizimadores dos seus irmãos. Assim, o projeto de Hélio promete que pai e filhos, irmãos e irmãs, primos e primas se destruam por não concordarem em quem votar, criando um odioso discurso de nós contra eles.
O que foi profanado por Hélio é muito sério e preocupante, revelando somente o desejo pessoal e mesquinho de perpetuação no poder, prometendo revanchismo e tratando o povo como massa de manobra.
O gesto de Hélio é deplorável, deve ser riscado da história política de Guamaré, se ele tivesse o mínimo de respeito pelo povo deveria voltar a praça pública e se diminuir publicamente por suas falas.
Porém, sinceramente, conhecendo seu amargor, seu rancor, devo acreditar cegamente nas falas que saíram de sua boca.
É preciso destacar, que a escolha do cidadão não pode ser tida como traição, uma vez que é dado ao povo escolher seus governantes e substituí-los quando se mostram incapazes e ultrapassados para atender seus interesses comuns. É um direito do povo reclamar e exaltar seu sofrimento e, acima de tudo, dar um grito de liberdade se lhe convir.
Só resta ao povo refletir, se apegando ao refrão do hino desse torrão:
“Luz e progresso para o filho que vier. Sobe a bandeira, nossa linda Guamaré.”
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