O transporte de pacientes em condições inadequadas é um reflexo preocupante da gestão pública de saúde, especialmente em municípios que possuem arrecadação milionária, como Guamaré. Nesta sexta-feira (23), um paciente com luxação na mandíbula precisou ser transferido do Hospital Manoel Lucas de Miranda para o Hospital Walfredo Gurgel, em Natal. A cena que se desenhou dentro da ambulância foi desoladora: um lençol rasgado serviu como única proteção para o paciente durante o trajeto.
O episódio evidencia o desencontro entre discurso e prática, onde a dignidade do cidadão é negligenciada em momentos de extrema vulnerabilidade. Em um município que arrecada cifras expressivas mensalmente, era de se esperar que o básico, o conforto e a segurança na transferência de um paciente, fosse garantido.
A responsabilidade da instituição de saúde vai além do atendimento médico; ela envolve o cuidado integral ao paciente, desde a estrutura hospitalar até o suporte no deslocamento para unidades especializadas. Infelizmente, relatos como esse não é novidade em Guamaré, reforçando a necessidade urgente de revisão e fiscalização dos serviços prestados.
O que poderia ser feito para evitar que cenas como essa continuem se repetindo? A população, ao exercer seu direito ao voto, precisa estar consciente da importância de eleger representantes comprometidos com a dignidade humana e com a efetivação dos recursos públicos. Um município que ignora as necessidades essenciais de seus cidadãos escancara a fragilidade do sistema e a urgência de mudanças reais.
Esse episódio reforça que dignidade não pode ser apenas uma palavra solta em discursos políticos, mas sim uma ação concreta na gestão pública. Afinal, cada paciente transportado deveria ter, no mínimo, um ambiente digno para enfrentar suas dores e dificuldades.
NOTA DO BLOG
Guamaré não entrou nos trilhos, como prometido. Na verdade, o trem não só descarrilou, mas já virou sucata faz tempo. E longe de ser um caso isolado, o caos segue “firme na rocha”, como se fosse parte da identidade do município banhado pelo “ouro negro”.
Assim, a oposição barulhenta como gosta de dizer o Prefeito Hélio Willamy, não nasceu por acaso. Ela existe porque a gestão se afunda na desordem, na falta de rumo e no eterno palanque onde discurso e realidade nunca se encontram.