Cada coligação precisa de 200 mil votos para eleger um deputado federal e 75 mil para eleger um estadual.
O cálculo não é nada simples, por isso, tem muito candidato e coligação fazendo conta desde o início da campanha.
Assim é a eleição proporcional que, neste ano, vai eleger os oito deputados federais e os 24 deputados estaduais no Rio Grande do Norte. Isso porque, diferente da eleição majoritária, onde vence quem tem mais voto, na disputa pelo legislativo, o eleito é aquele que fica melhor colocado nas coligações. E assim como há quatro anos, a expectativa é que o coeficiente para federal seja de mais de 200 mil votos e o de estadual, em torno de 75 mil.
De forma simplificada, o cálculo para se encontrar o coeficiente eleitoral é feito com base no número de votos válidos de uma eleição (ou seja, a quantidade de votantes, retirando os nulos e brancos). No Rio Grande do Norte, em 2010, os votos validos foram 1.653.375 para federal e 1.722.118 para estadual. E como o crescimento do eleitorado no Estado foi de menos de 4%, segundo dados de Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a expectativa é que os números fiquem parecidos com relação ao último pleito.
Sendo assim, espera-se que o coeficiente eleitoral fique em torno dos 210 mil votos para a Câmara Federal, em Brasília, e 75 mil votos para a Assembleia Legislativa. A projeção de quantos serão eleitos, no entanto, aí já é um cálculo mais complicado e passa pela estimativa de votos dos principais nomes na disputa.
Na coligação para federal que apoia o candidato ao Governo do RN, Henrique Eduardo Alves (PMDB), por exemplo, a expectativa é que sejam eleitos, pelo menos, seis parlamentares. O próprio candidato a governador tem falado isso em seus discursos, baseado na estimativa de votos dos principais nomes em disputa: Walter Alves (PMDB), Felipe Maia (DEM), Zenaide Maia (PR) e Rafael Motta (PROS).
Esses seriam os responsáveis por “puxar” os demais candidatos, permitindo que um número maior de cadeiras sejam ocupadas (das oito destinadas ao RN, eles querem ficar com seis). No lado de Robinson Faria, candidato ao Governo pelo PSD, a expectativa é que sejam, pelo menos, duas cadeiras (alguns acreditam em três). Fábio Faria, do PSD, seria o responsável por puxar o grupo, tendo algo próximo aos 200 mil votos.
Aí que fica clara a situação que muitos taxam como “desleal” do cálculo proporcional. Tendo 200 mil votos, Fábio Faria poderia ajudar a eleger alguém com uma votação bem menos expressiva, com algo em torno de 70, 60 mil votos. “Do outro lado”, um candidato com mais de 100 mil votos, pode ficar de fora, porque o número de vagas não foi suficiente para acomodar a todos os que tiverem ampla votação.
Isso, inclusive, é bem mais comum do que se imagina. No Rio Grande do Norte, mesmo, aconteceu, em 2010. Naquele ano, Rogério Marinho, do PSDB, teve mais de 100 mil votos. Contudo, devido à coligação, não garantiu a cadeira na Câmara Federal. Sandra Rosado, com 92 mil, e Paulo Wagner, com apenas 55 mil votos, conseguiram se eleger, sendo puxados pela votação recorde de Fátima Bezerra, do PT, com 220 mil votos, e João Maia, do PR, com 217 mil votos, respectivamente.
No caso da disputa pela Assembleia Legislativa, o panorama é parecido: Henrique espera (e também já disse isso em discursos) eleger 19 deputados estaduais “do seu lado”. Diferente da disputa pela Câmara Federal, no entanto, a aliança peemedebista é subdividida em três coligações. A primeira coligação “União pela Mudança”, formada por PMDB, PSB, PR, PROS, DEM, SDD, PDT e PRB, é a que agrupa o maior número de candidatos à reeleição, por isso, espera-se, seja a que eleja mais nomes.
Afinal, só pelo PMDB, tentam renovar seus mandatos os deputados Gustavo Fernandes, Hermano Morais, Nélter Queiroz e Ezequiel Ferreira. O PSB vai com os nomes dos deputados Tomba Farias, Márcia Maia e Larissa Rosado. E ainda tem o PROS, com outros cinco candidatos: Ricardo Motta, Gustavo Carvalho, Vivaldo Costa, Raimundo Fernandes e Gilson Moura (que lançou o irmão Junior Moura para substituí-lo). Jornal de Hoje.