Dilma e Aécio fazem debate marcado por ataques.
O primeiro debate entre presidenciáveis, na Band, nesta terça-feira, deu mostras do que serão os últimos dias de campanha. Em uma hora e meia de embate, Dilma Rousseff e Aécio Neves trocaram acusações, se acusaram mutuamente de estarem mentindo e não raro davam ou ouviam respostas com falas e gestos irônicos. Faltando 11 dias para a votação, a expectativa é que o embate dê o tom da disputa.
Apoiada em números do seu governo – e às vezes dos 12 anos de PT no Governo Federal, Dilma cumpriu a promessa feita no primeiro bloco, o de confrontar os anos PSDB, com Fernando Henrique Cardoso, e os do petismo no poder. Enquanto Aécio exaltava o Plano Real e estabilidade econômica, Dilma erguia a bandeira as conquistas sociais, como a redução de desigualdade.
Aécio chegou a pedir para Dilma parar de “olhar no retrovisor” e discutir propostas. A petista também aproveitou para atacar Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e ministro da Fazenda em um eventual governo tucano. O controle da inflação foi usado pelos dois candidatos para ataques mútuos. Dilma prometeu segurar o índice em 6,5%, e Aécio afirmou que a taxa está descontrolada.
A candidata do PT também insistiu na derrota de Aécio em sua terra, Minas Gerais, que governou por oito anos. Aécio, por sua vez, lembrou que deixou o posto com 92% de aprovação. Para garantir que não pretende acabar com os programas sociais, Aécio citou dois dos mais famosos para prometer melhorias no Bolsa Família e no Pronatec. A paternidade do primeiro chegou a ser disputada entre os dois em determinado momento do debate.
Aécio defendeu a tese de que o Bolsa Escola, de “DNA tucano”, serviu de base para o Bolsa Família: “O programa tem como pai Fernando Henrique Cardoso e mãe, dona Ruth”. Dilma reagia com ironia e citava mais números: “O Bolsa Escola atendia 5 milhões de pessoas, enquanto o Bolsa Família é para 50 milhões”.