MATÉRIA DA SEMANA

Por entre as dunas e o sol que definem a paisagem de Guamaré, há uma ferida aberta que insiste em não cicatrizar: um lixão a céu aberto que contamina o solo, a água, o ar e, principalmente, a dignidade humana. Mais do que uma agressão ambiental, trata-se de um sintoma profundo da negligência crônica com que o poder público trata os que vivem às margens do território e das políticas públicas.
No governo Hélio Willamy, muito se prometia: modernização, dignidade, respeito ao meio ambiente, mesmo nunca tendo sido a pauta ambiental objetivo de investida em quase 20 anos de poder, sempre carente de um olhar institucional para o problema do lixão.
Mas, como no papel tudo cabe, o Plano de Governo de Hélio apresentou muito ao meio ambiente e ao tratamento de resíduos sólidos, como: Instituição do orçamento verde, com recursos destinados a promoção de políticas ambientais; Propagar políticas públicas locais para a construção de uma consciência ecológica e ambiental; Implementação de temas ambientais na grade curricular da rede municipal de ensino, quanto aos temas transversais nos currículos escolares como: meio ambiente; Desempenhar programas e campanhas educativas sobre o acondicionamento e disposição correta do lixo que será utilizado para reciclagem, reutilização, reaproveitamento com a criação do controle de resíduos sólidos; Buscar parcerias para instalação de usina de compostagem de lixo orgânico para fornecimento de adubo aos agricultores familiares; Expandir a coleta seletiva do lixo na cidade, reutilizando e reaproveitando os materiais.
VEJA O “PLANO DE GOVERNO” NO LINK:
file:///C:/Users/Cliente%20Tec%20Infor/Downloads/pje-Proposta%20de%20Governo_Nova%20versao.pdf
Porém, o governo de Hélio caminha no sentido do nada, exatamente aquilo que não foi feito pelo governo do seu sobrinho Arthur Teixeira.
Com Arthur a esperança virou poeira levada pelo vento, o mesmo vento que hoje espalha resíduos hospitalares sobre a RN-401. Sob sua gestão, o abandono se institucionalizou, os carros coletores sequer conseguiam acessar o aterro pela guarita abandonada, o cercamento foi engolido pelo matagal, e o lixo se acumulava não só no solo, mas também na consciência coletiva de um povo que já não sabia a quem clamar.
E olhe que não faltaram alertas. O blog em 17/9/2024, em matéria intitulada “PREFEITURA RASGA TAC, DESCUMPRE A LEI, POLUI O MEIO AMBIENTE E VIOLENTA A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA”, registrou a omissão administrativa, ou seja, a Prefeitura nada fez, o povo continuou a conviver o lixo, o meio ambiente sendo sucessivamente violentado e os órgãos de controle cegos, mudos e surdos.
De lá pra cá nada mudou, embora a Câmara Municipal tenha sofrido algumas mudanças em sua composição, permaneceu o Legislativo o mesmo chiqueirinho do Poder Executivo, cuja parcela dos parlamentares continuam em silêncio quando o assunto é omissão e negligência administrativa com o lixo.
E essa sensação da população não para no parlamento, se estende ao Ministério Público, que passou a ser associado como órgão figurativo, vez que não tem suas recomendações respeitadas, virado papel picado entre as montanhas de entulho e poda jogadas ao relento. Como um Promotor não consegue estender suas lentes para famílias que vivem dentro do lixão? Como não consegue identificar crianças crescendo ao lado de resíduos contaminados e que animais circulam livremente onde deveria haver contenção e controle?
E as promessas de campanha de Hélio? Onde estão as políticas ambientais prometidas? Onde foi parar a política de conscientização ecológica e ambiental? O que os alunos têm apreendido nos bancos escolares? Quais campanhas educativas de disposição do lixo? Cadê a usina de compostagem do lixo? Onde estar um único movimento para acabar com o lixão? Foi tudo pra inglês ver, para o voto cair na urna, para ricos se tornarem mais ricos e pobres mais miseráveis.
Assim, como um governo que prometeu e não cumpriu, com uma Câmara Municipal subserviente e com um Ministério Público acuado como o povo se Guamaré, a única coisa clara é a igualdade entre os governos de Arthur Teixeira e Hélio Willamy, o que antes era negligência, abandono e desdém, continuou, permaneceu igualmente. O compromisso ambiental não existe, o que torna Arthur e Hélio, além de parentes consanguíneos, cumplices da falta de cuidado com o lixão.
Assim, a culpa de “Arthurzinho” e a promessa do salvador da pátria foi por terra, virou mito, virou piada, foi enterrada sob toneladas de descaso, coberta pela ingenuidade do povo de Guamaré em confiar seus destinos a quem não sabe como se encontrar o destino do povo.
O contraste entre as gestões escancara mais do que estilos administrativos. Escancara prioridades. Porque quem tem coragem de permitir que crianças e idosos vivam cercados por lixo infectante demonstra, sem rodeios, onde está seu compromisso: não com a saúde pública, não com o meio ambiente, mas com a manutenção da indiferença como forma de governo.
Guamaré não é cidade pobre. É rica em royalties, tem histórico de arrecadação robusta, mas sofre da pior escassez possível: a escassez de vontade política. Enquanto isso, os invisíveis da comunidade Quilombo, os carroceiros improvisados, os coletores esquecidos seguem entre sacos, moscas e promessas vencidas.
Talvez um dia os ventos mudem de novo. E que, dessa vez, levem embora não o lixo espalhado, mas a cultura de descaso que insiste em sobreviver em meio aos escombros de uma gestão que fez do silêncio sua política e do lixo sua herança.
Hélio anunciou que massacraria o povo. E entre pouquíssimas verdades e muitíssimas mentiras, demonstrou que não tinha Plano de Governo, mas um Plano de Poder, tão claro e errado como escrever CONCESSÃO com dois “SS”, pág. 11 do plano constante no link:
file:///C:/Users/Cliente%20Tec%20Infor/Downloads/pje-Proposta%20de%20Governo_Nova%20versao.pdf

Se a política é o espelho da alma de uma gestão, então Guamaré, diante do seu lixão, vê refletido um poder público que virou as costas para sua própria gente.
NOTA DO BLOG
Confesso que me emocionei depois de horas no lixão conversando com pessoas simples, humildes, cheias de sonhos e necessidades, que tiram dali o sustento e sobrevivem em meio aos urubus. O que constatei nesta quinta-feira (19), dia de Corpus Christi, foi de cortar o coração de qualquer cidadão.
Vi cena de pessoas, entre tantas, crianças e idosos revirando lixo em busca material para reciclar, mas também em busca de comida. São momentos como este que presenciei que me motiva não desistir de lutar por Guamaré.
Minha luta não é por grupo políticos ou por políticos, mas por uma cidade mais justa e humanitária. Eu não vou desisti de ver minha cidade crescer com rumo e prumo, mesmo diante da omissão da situação do lixão por parte das secretarias de obras, saúde, meio ambiente e assistência social.
É fato que o prefeito Hélio tem muitos aliados para governar com uma folha altíssima, mas com pouquíssimo amigos. Amigos nos dias de hoje são raros, principalmente quando se trata de politica. Se Hélio de fato tivesse amigos como ele acha que tem, muitos problemas como este citado na matéria do LIXÃO provavelmente não existiria, porque haveria HONRA por parte dos responsáveis que ele nomeou para governar.
Por fim,
Como foram sábias as palavras de João Gustavo Mendes: “Quando a política servir o povo e não o interesse de algumas classes, ela se tornará a salvação do mundo!”.




