DISSE ZÉ U: “O CEMITÉRIO TÁ MAIS MOVIMENTADO QUE BAIXA DO MEIO”.

DISSE ZÉ U: “O CEMITÉRIO TÁ MAIS MOVIMENTADO QUE BAIXA DO MEIO”.

O trecho acima foi extraído da frase de um homem humilde – o pedreiro José Wilson –conhecido por “Zé U”. De poucas palavras, porém, de grande sensibilidade, dono de um coração gigante e de uma incessante vontade de trabalhar.

Nascido em Macau, mas criado na comunidade de Baixa do Meio, “Seu Zé U”, conhece cada palmo de chão da comunidade e sofre com o abandono do poder público as famílias do distrito.

A curta conversa foi suficiente e surpreendente. Confesso que fiquei encantado com suas verdades, com jeito sereno e a paixão ao se referir a comunidade de Baixa do Meio.

Daí, ficou fácil compreender sua decepção com os governantes e a tristeza com a falta de progresso da sua cidade. Tendo dito “Seu Zé U”:

“Meu rapaz, eu nasci e me criei aqui, estou com quase 60 anos, e nunca vi uma comunidade tão triste e desesperançosa. Aqui não tem mais nada faz tempo, faz anos, não tem ação social para as famílias, até a saúde que era nosso orgulho acabou, diversão das festas o povo nem ouve falar. Aqui, a única coisa que cresce é a falta da prefeitura, que inclusive tem atingido até o comércio. Na verdade, o cemitério daqui de Baixa do Meio, tá mais movimentado do que o próprio distrito que sempre decidiu as eleições de Guamaré, mas eu tenho esperança de dias melhores, o povo acordou e vai mudar a página desta história. Pode escrever aí meu amigo, você vai lembrar do que Zé U disse hoje”.

O discurso de “Zé U” é induvidoso e esclarecedor quanto ao momento atual de Guamaré: um município abandonado pela manutenção de um grupo político familiar no poder há quase 20 anos, esse que demonstra claramente a importância de Baixa do Meio somente no período eleitoral. Essa mistura de situações tornou o distrito abandonado, esquecido e desprezado por aqueles que roubam os sonhos do povo humilde daquela localidade.

Apesar disso tudo, é evidente que a comunidade de Baixa do Meio está mais politizada, compreendendo melhor seu papel e importância, especialmente na hora da urna, do voto, como sendo a única arma capaz de mudar seus destinos.

Essa compreensão é exatamente a lição do professor Osmar Fernandes: “O povo quando quer mudar, muda o mundo”.

Protech HZ
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