MARÇAL: O ‘PORRA LOUCA’ QUE FALTAVA PARA INCENDIAR A DISPUTA

MARÇAL: O ‘PORRA LOUCA’ QUE FALTAVA PARA INCENDIAR A DISPUTA

Por: Ismael Sousa
Na corrida municipal de 2024, São Paulo se tornou o epicentro de uma disputa que promete deixar marcas no cenário político nacional para 2026. No centro desse furacão, surge Pablo Marçal, um candidato de um partido nanico, sem expressão no Congresso Nacional, mas que vem conquistando uma notoriedade. Sua estratégia? Um discurso ferozmente anti-sistema, direcionado principalmente contra a esquerda, o PT, Lula e o comunismo. E quem mais sofre com essa ofensiva é Guilherme Boulos, o candidato do PSOL, que até então apostava em uma polarização direta com o atual prefeito Ricardo Nunes.

Nunes nunca foi um nome que empolgasse o eleitorado de direita. Sua falta de agressividade contra a esquerda o torna, na visão de muitos, o candidato dos sonhos de Boulos – fácil de confrontar, sem a retórica combativa que muitos conservadores desejam ver na maior cidade do país. E é aí que Marçal entra em cena, como o “porra louca” que faltava para incendiar a disputa.

Utilizando sua boa visibilidade nas redes sociais, Marçal promove vídeos que rapidamente viralizam, carregados de ataques e frases de efeito que ecoam entre os eleitores mais descontentes com o status quo. Essa estratégia, que lembra muito a ascensão meteórica de Jair Bolsonaro em 2018, está alavancando Marçal nas pesquisas e deixando a velha guarda da política paulistana com as orelhas em pé.

O fenômeno Marçal se explica pelo cansaço do eleitorado com a corrupção e as promessas não cumpridas. Em um cenário onde a confiança nas instituições é baixa, bater no sistema rende votos. Marçal, com seu estilo agressivo e discurso anti-establishment, representa a resposta de uma parcela do eleitorado que, assim como em 2018, busca uma ruptura com a política tradicional. Se ele conseguirá transformar essa notoriedade em uma vitória nas urnas, só o tempo dirá, mas uma coisa é certa: a disputa em São Paulo ganhou um novo protagonista, e o cenário está longe de ser o que os analistas previam.

IGREJA HZ
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