REUNIÃO DOS PODEROSOS NÃO ABALA A ESPERANÇA

REUNIÃO DOS PODEROSOS NÃO ABALA A ESPERANÇA

Com o encerramento do prazo para realização das convenções municipais, foram definidas as composições majoritárias: Adriano/Lisete; Hélio/Maciclécia e Mozaniel/Diva Araújo. A partir daí, inicia-se o período de registro de candidaturas que se estende até o dia 15 de agosto.

As duas últimas semanas foram marcadas por muitas movimentações políticas, especulações e definições. Ao final, o eleitor teve união de antagonista, do velho e do novo.

Assim, tratamos de observar cada gesto, demonstração, omissão e, principalmente as palavras empregadas, oportunizando amplo campo para reflexão ao eleitor.

REUNIÃO DOS PODEROSOS

O movimento governista apresentou a união dos grupos de Hélio Willamy e João Pedro Filho, consolidando aquilo que muitos especulavam nas ruas, mas pouco acreditavam. O discurso de Maciclécia Rodrigues não deixou dúvida: existe um povo novo, fruto da reunião do seu povo com o de Hélio.

A migração não levou em consideração qualquer traço histórico ou origem de ideias edificadas ao longo dos tempos, marcados no exercício da liderança de 1988 a 1992, de 1997 a 2000 e 2001 a 2003.

O gesto de aliança dos poderosos para manutenção do poder, põe fim a décadas de atuação política de João Pedro Filho, que governou o município por diversos anos tendo como opositores o grupo do ex-Prefeito Hélio Willamy.

SILÊNCIO DE MOZANIEL

Em seu discurso no ato de convenção, em tempo algum se viu Mozaniel fazer oposição a decisão de sua irmã Marciclécia, explicando ao povo o que levou a tomada de decisão. Não trouxe a luz os elementos que levaram ao abandono do seu projeto, passando a reivindicação da herança política do seu pai.

É fato que as pessoas são livres, mas, é preciso destacar que estamos falando de irmãos que dividiram sua vida inteira na trincheira política contra o grupo de Hélio.

O silêncio de Mozaniel deixa o povo ainda mais duvidoso. Curioso em saber o que está por trás da sua não oposição a decisão de sua irmã.

Contudo, sobrou o discurso de estar na fila por 20 anos, sendo candidato pela 6ª vez.

MESMO POVO COM DOIS DONOS

O povo não compreendeu ainda, como dois irmãos querem chegar ao mesmo lugar, com ideias diferentes, caminhando com o mesmo povo.

É complexo o raciocínio, porém, é possível perceber de forma bem clara o pensamento de dividir para somar, sendo cristalino quem será o verdadeiro beneficiário.

Ante os sentimentos e movimentos obscuros, um leitor externou em postagem que Mozaniel “está diferente”. Daí, surgem as perguntas: Porquê somente agora, após anos de luta e desgaste do povo por penosos 20 anos? Porquê os filhos do Pajé que juntos não ganharam, separados ganharão? Porquê exatamente nesse instante, onde o grupo governista se sente de fato ameaçado de perder o poder com a cisão provocada por Adriano Diógenes?

É preciso lembrar que Mozaniel acumula diversas derrotas nas urnas. E que mesmo dizendo que não ficará de braços cruzados com a roubalheira dos políticos, o povo não tem comprado seu discurso que somente aporta as vésperas da eleição, o que demonstra que algo andou e continua andando errado.

E AGORA, QUEM SÃO OS ADVERSÁRIOS

Para seu povo, Marciclécia falou em união de Hélio e João Pedro. Só que na verdade o que ocorreu foi adesão do seu grupo ao de Hélio, uma vez que quem adere aprova a postura, consente ao modelo empregado e a ideia do grupo que já existe naquele espaço.

Para o mesmo povo, Mozaniel defendeu os feitos do seu pai. Assim, olhando para o passado não conseguiu dizer como fará no futuro, quais são seus projetos para os problemas do município.

No meio desse choque, o povo está confuso com o caminho a ser tomado. Mas, acima de tudo carregando consigo, infelizmente o sentimento de que pertencem a certos donos.

Se antes imaginávamos que teríamos três grupos com projetos distintos, nos enganamos.

A roupagem é de simples compreensão, teremos somente dois grupos: de um lado está o continuísmo de Hélio/Marciclécia (onde tudo ficará como está) e Mozaniel/Diva (como papai deixou) e; do outro a mudança com Adriano/Lisete.

REFLEXÃO E ESPERANÇA

Entre os discursos de continuar ou voltar para o passado, são claros os gestos de dividir para manter o sistema de governo. Assim, chegamos à conclusão, que dentre as candidaturas postas a mais coerentes, que representa um olhar consciente para os problemas e soluções do município, é da esperança com Adriano/Lisete.

A dupla não somente apresenta quem são os causadores do caos administrativo vivido, mas, disponibilizam ideias para resolução dos problemas, que passam indiscutivelmente pela libertação do povo, transformando no independente “povo de Guamaré”.

Assim, será um período eleitoral de observar, questionar e acima de tudo refletir, especialmente respondendo às perguntas: O que temos? Como chegamos? Quem nos colocou? O que queremos? O que deve ser feito? E quem pode nos tirar daqui?

Será tempo de avaliação, de resgatar os fatos guardados na memória, de pensar no coletivo. Instante que devemos nos divorciar do atraso, da perseguição e do sentimento de que somos patrimônio de alguém.

Não será tempo de transformar dois ou três em um. Mas, o momento de transforma um, em todos!

Milanina HZ
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