Veja como Porto de Natal virou rota internacional do tráfico
Era por volta de 15h de uma tarde ensolarada no Porto de Natal. A fiscalização de rotina, mesmo num sábado, fazia parte da checagem das cargas que passam pelo espaço. Era o último de cinco conteineres vistoriados durante aquele dia e todos estavam “limpos”.
Após duas checagens no scanner, o auditor fiscal Maurício não se sentiu satisfeito e ordenou: “Vamos abrir esse aqui”. Era a verificação invasiva da carga. O faro da suspeita se confirmou logo em seguida com os cães: um lote de 265kg de cocaína estava no meio das mangas para ser enviada à Holanda. Há quase três anos, o Porto de Natal vem sendo utilizado para o escoamento da droga à Europa, por um ou mais grupos criminosos. Parte ou a totalidade dessa atividade é chefiada pelo “Pablo Escobar Brasileiro”, como é conhecido Sérgio Roberto Carvalho, um dos maiores narcotraficantes do mundo, segundo a Polícia Federal.
O Major Carvalho, 63, como é conhecido, atualmente está desaparecido e procurado pela Interpol. As últimas informações são de que ele tenha fugido para a Ucrânia numa aeronave própria. Segundo as investigações, ele utiliza de um grandioso esquema em portos do Brasil, incluindo o de Natal, para transportar drogas à Europa. A Justiça estima que o Major Carvalho exportou 45 toneladas de cocaína, o que resulta em R$ 2 bilhões em drogas.
O papel do Rio Grande do Norte no esquema internacional comandado pelo Major Carvalho ocorre com métodos e técnicas para driblar a Receita e Polícia Federal. O principal método é o Rip On/Rip Off, que consiste na quebra do lacre do conteiner, inserção da droga (Rip On) e colocação de outro lacre, sem conhecimento do exportador/importador da carga lícita. Na descarga no destino, há o movimento inverso e o contêiner é reaberto para retirada da droga (Rip Off).
Como o Porto de Natal exporta apenas frutas e pescados, a droga é ocultada nas cargas refrigeradas. As investigações apontam que nesses casos é necessário o aluguel de galpões para esconder a droga e preparar a ocultação no contêiner.
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