Prefeitos discutem nova proposta do Proedi antes da votação na Assembleia Legislativa

Prefeitos discutem nova proposta do Proedi antes da votação na Assembleia Legislativa

Os prefeitos discutem na manhã desta quinta-feira (26) se acatam – ou não – a nova proposta do Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Norte (PROEDI), que foi encaminhada à Assembleia Legislativa. Os deputados vão apreciar e votar o projeto de lei hoje e amanhã (27) em convocação extraordinária.

A proposta do governo Fátima Bezerra estabelece novas regras para a renúncia fiscal, como forma de atender, em parte, o apelo dos Municípios, que foram os maiores prejudicados com a redução de receita do ICMS, provocado pelo Proedi criado por decreto.

O projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa prevê recuou do governo, mas em menor escala, o que pode levar a novo confronto entre o governo e os gestores municipais. Segundo o projeto, o governo estabelece compensações em 2019 e 2020 na parcela do ICMS que seria reduzido, para as Prefeituras, com as isenções. Em 2019, as isenções do ICMS seriam de 50%; e no próximo ano a compensação chegaria a 75%.

O governo diz que a partir daí, não haveria redução e as isenções seriam integrais também na parcela do ICMS que cabe aos municípios.

A reunião dos prefeitos foi sugerida pela Federação das Indústrias do Estado (FIERN), maior interessada na renúncia fiscal prevista no Proedi, acontece na sede da Federação dos Municípios (FEMURN). O resultado da união será apresentado aos deputados estaduais, que se apresenta hoje para as duas sessões extraordinárias.

HISTÓRICO

O Proedi foi elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do RN e acatado pelo Governo do Estado. Por consequência, Fátima Bezerra assinou decreto criando o programa com objetivo de incentivar a indústria via renúncia fiscal. Só que o governo transferiu a conta para os Municípios.

Diferentemente do antigo Proadi, que foi extinto, o Proedi “mordeu” parte do ICMS que pertence aos Municípios por lei. Os prefeitos reagiram afirmando que os Municípios perderiam mais de R$ 88 milhões por ano em receita do ICMS, o que foi confirmado pelo próprio governo.

Como a governadora afirmou que não recuaria, os prefeitos buscaram os direitos dos Municípios na Justiça. A Prefeitura de Natal patrocinou ação judicial bem sucedida. O desembargador Vivaldo Pinheiro, do Tribunal de Justiça do Estado (TJRN), determinou a suspensão dos efeitos do Proedi. A decisão foi confirmada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro Dias Toffoli. Daí, outras dezenas de municípios acionaram a Justiça com o mesmo objetivo, sem sucesso, até aqui.

A derrota do governo no STF foi contundente e levou à mudança de entendimento dentro do próprio governo. É que o ministro Toffoli afirmou, em sua decisão, que as unidades federadas podem criar programas de incentivo fiscal, isenções ou qualquer outro benefício fiscal-financeiro, mas por meio de uma lei específica sobre o tema, não de forma genérica.

O erro do governo foi ter criado o Proedi via decreto, impedido, dessa formal, o debate necessário com os prefeitos, já que a renúncia de parte do ICMS atingiria os 167 municípios potiguares. A governadora chegou a afirmar que teria feito entendimento com a Federação dos Municípios (FEMURN), porém os prefeitos associados não confirmaram.

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