SEM ESPAÇO: GUAMARÉ NÃO TÊM ONDE ENTERRAR SEUS MORTOS
“Além da dor da perda, familiares têm que lidar com a falta de espaço para enterrar seus entes queridos”
Moradores que recentemente perderam familiares em Guamaré enfrentam cotidianamente problemas que ultrapassam a dor do luto. O único cemitério da cidade está completamente lotado, por isso, é difícil conseguir espaço para sepultamentos. A situação chegou ao ponto de uma família precisar enterrar um ente querido no mesmo sepulcro de outra pessoa.
Não é de hoje que este portal vem mostrando o descaso e cobrando providências para resolução da problemática. Diante da falta de espaço, muita gente está revoltada com a falta de respeito e planejamento administrativo, uma vez que a cidade cresceu muito e o cemitério não acompanhou a expansão.
A cidade possui outros cemitérios nas comunidades de Baixa do Meio e Mangue Seco zona rural do município, com espaço para ocupações, porém, com pouca estrutura. Enquanto um novo cemitério não é construído na sede em Guamaré, um projeto muito duvidoso se arrasta a anos, inclusive com a desapropriação de uma área próximo ao Assentamento Lagoa de Baixo, essa que é proveniente de reforma agrária e por ser local de passagem do Gasoduto Nordestão, o que a priori representa impedimentos a edificação.
Caros leitores, acreditem se quiser…
Atualmente existem covas nos cemitérios com até quatro cruzes. Os últimos sepultamentos realizados na cidade foram provas vivas, quem mora e vive aqui bem sabe da minha afirmação. São áreas muitas vezes de passagem das pessoas, o que impossibilita o simples caminhar dentro do cemitério São João Batista.
É lamentável saber que há anos a cidade convive com os clamores de famílias que perderam seus entes, o que potencializa o sofrimento da despedida dos entes queridos. Com muito trabalho, os servidores públicos que atuam diretamente no cemitério são as únicas pessoas capazes de minorar o sofrimento, uma vez que buscam alternativas, espaços para sepultar os corpos.
A falta de investimento e espaço nos cemitérios demonstra a ausência de comprometimento da administração, em especial, daqueles que governam o município por quase 20 anos. Por enquanto, só resta ao povo contar com a esperança, sorte e desprendimentos dos coveiros na derradeira despedida material dos seus entes queridos.