DA ALQUIMIA A QUÍMICA POLÍTICA: COMO VENCER? COMO PERDER UMA ELEIÇÃO?

DA ALQUIMIA A QUÍMICA POLÍTICA: COMO VENCER? COMO PERDER UMA ELEIÇÃO?

Alquimia é uma prática voltada às transformações da matéria que alia diferentes ciências. A Química é à ciência que estuda todas as transformações que acontecem no universo. Alquimia não é Química, nem vice-versa, mas, são importantes para o surgimento de uma e o desenvolvimento da outra.

No campo político, ambas são associadas e dependentes. Quando falamos de alquimia estamos a tratar do processo de descoberta, construção e transformação de alianças. Por seu turno, na química estamos diante do fenômeno da lapidação da confiança, do fomento do reconhecimento, do estreitamento da boa relação e sua manutenção.

O rompimento político nada mais é que a quebra de um processo químico. Por boa lógica, é a fragmentação exigida por desconfiança e anulação de ideais e ideias, instante em que se processa o sentimento de mudança de ares e onde cultua-se à máxima de: “dois ouvidos para ouvir, apenas uma boca para falar”.

Quando tomamos a opção do distanciamento, de romper com uma fórmula que não se associa (água e óleo), somos surpreendidos indistintamente por diversas pessoas. Muitos surgem aconselhando e apoiando, outras ameaçando e discriminando. Contudo, chama atenção àqueles que arvoram o sentimento de construção de uma candidatura política.

Antes, porém, é preciso confessar duas certezas: a primeira que minha decisão de sair do governo foi tomada a base de muita reflexão, sendo extremamente consciente e sem recuos. A segunda, que tenho muito a contribuir com meu município, como cidadão e blogueiro, missão que não retrocederei.

Mas afinal, serei tomado pelo desejo da candidatura? Irei apoiar alguém? Sou pequeno ou grande aos olhos dos poderosos? As respostas para essa alquimia e/ou química depende de fatores diversos, não bastando somente o querer, a vontade isolada do candidato, devendo ser observadas questões relevantes e fundamentais para viabilizar um projeto dessa envergadura.

Em que pese não sejam os únicos, entendemos como os principais elementos que atuando associado ou dissociado podem definir a vitória ou determinar a derrota em uma eleição.

O QUE É PRECISO PARA VENCER?

AMIZADE – Um candidato tem que gozar de bons amigos, que comporão o exército para o levante de suas mensagens. Os amigos são responsáveis pela defesa, motivação e exaltação das qualidades, atuam sem amarras materiais por mera simpatia, acreditando nas qualidades pessoais e nas ações que poderão impactar a vida da sociedade.

Numa campanha para vereador, o amigo pode valer mais do que dinheiro. Mas não adianta ter “um milhão de amigos” sem ter algo mais.

SERVIÇO PRESTADO – Um candidato tem que ser detentor de ações, gestos e condutas em defesa da sociedade. Não se está falando de voluntariedade pura, mas, de atuação no campo extrapartidário, agindo com amabilidade, respeito e devoção ao próximo, agindo ativamente na vida dos menos favorecidos.

Não adianta surgir somente às vésperas da eleição, o povo já compreendeu e reconhece o candidato oportunista e que não tem projeto coletivo.

DINHEIRO – É inegável, sem dinheiro não existe campanha de fato, ao menos para eleger. As campanhas, embora mais curtas, estão cada vez mais sofisticadas e caras.

Na verdade, o candidato tem muitas demandas que somente são cobertas com recursos financeiros.

O QUE É PRECISO PARA PERDER?

SOBERBA – O candidato ou político não pode se valer da soberba e menosprezo aos seus adversários. Intitular seus concorrentes de pequenos, sem votos, derrotados ou até com termos como: “mini oposição”, demonstra falta de valor e respeito para com o eleitor que deve exercer de forma livre e consciente sua escolha.

A política como representação popular está no convencimento por meio de ideias, que representa o ideal de vida estabelecido na consciência do eleitor. Assim, quando se diminui seu adversário, está verdadeiramente se diminuindo. Parece que a principal proposta do candidato soberbo é apontar o defeito dos outros e não suas qualidades!

INFIDELIDADE – Um candidato ou político infiel é mais perigoso a vida do eleitor que um mentiroso contumaz. É um sujeito fraco, ingrato que tagarela que tudo que os outros tem foi dado por suas mãos, tornando o eleitor um fracassado na vida, um incapaz.

Sua infidelidade quase sempre anda de mãos dadas com a ingratidão, o que é blindado por pessoas que lhe rodeia, em sua grande maioria mais picaretas do que seu chefe.

Porém, transmite a sociedade um sentimento oposto, como num processo de osmose reversa, instante em que apresenta uma identidade de falso líder, sendo sua maior direção aquela de enganar, criar mentiras e estabelecer fofocas.

PERSEGUIÇÃO – Não existe um candidato ou político soberbo e infiel que não seja perseguidor. O perseguidor é em regra aquele que não possui grandeza de espírito, falta ao perseguidor o poder da argumentação, através do qual conquista novos adeptos e reconquista adeptos desencaminhados na trajetória.

Assim, a escolha é o uso da força por ser despido de qualquer atrativo de simpatia ou sedução. A ameaça de exoneração/demissão, a vigilância a vida pessoal, as amizades e até as redes sociais do eleitor são marcas registradas do perseguidor nato.

Por isso, o destino do candidato ou político perseguidor cedo ou tarde é o ostracismo, não dura muito ou mais e, quando acontecer não deixará saudades.

Alquimia e a Química estão na política assim como o êxito e o insucesso. Assim, o candidato deve muito bem avaliar qual o caminho a ser tomado e, principalmente preparar-se para o pódio da vitória ou para rua da amargura.

Quem sabe da vontade somos nós e do destino é Deus. É preciso entender o tamanho do risco e, principalmente a vontade do povo!

Ah… guamareense, o povo que se chama pelo seu nome deveria edificar as suas vidas distantes daquilo que é preciso seguir para perder.

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