RAUL JÁ DIZIA… CUIDADO COM AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ!

RAUL JÁ DIZIA… CUIDADO COM AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ!

“Um dia, numa rua da cidade
Eu vi um velhinho sentado na calçada
Com uma cuia de esmola e uma viola na mão
O povo parou pra ouvir, ele agradeceu as moedas
E cantou essa música, que contava uma história
Que era mais ou menos assim

Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais
É, eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo
Que eu não saiba demais

Eu fui testemunha do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi a brilhar no céu
E pra aquele que provar que eu tô mentindo
Eu tiro o meu chapéu.”

A letra da canção do saudoso Raul Seixas, reflete exatamente as voltas do mundo e, principalmente, os caminhos e os desencontros que a vida se dirige. A melodia, que não tem dez mil anos, mas que relata a experiência de quem veio daquele tempo, nos entrega um vasto campo de polêmicas e misteriosas citações que nos fazem confundir sobre: o ontem, o hoje e o amanhã.

Raul era considerado um profeta, disse muito do que viveu e não viveu muito para o que disse. Para essa ausência, ficaram os ensinamentos e a certeza que aquilo lançado lá traz se concretizou ou se concretizará, sempre enaltecendo as muitas voltas que o mundo dá.

Pois bem.

No plano local, vivendo há mais de duas décadas em Guamaré de tudo um pouco meus olhos consumiram, sou testemunha de inúmeros episódios e mudanças no cenário político-administrativo, eventos que interferiram diretamente no cotidiano e na vida das pessoas.

Há pouco mais de 12 anos passei a comentar, ofertar minha opinião sob o cotidiano de Guamaré. Sem precisar voltar há 10 mil anos, bastou reconhecer que não preciso de muito para entender o bastante.

É certo que para algumas coisas a vida muda, se transforma, os tempos apresentam condições distintas. Porém, para outras é uma clara reprodução, uma singela repetição de tudo como antes, os mesmos personagens, os mesmos discursos, as mesmas justificativas, os mesmos culpados, os mesmos afagos, os inimigos outrora a mesa, por fim, as mesmas promessas.

Ah… se todos os anos fossem eleitorais, se em todos eles fossem uma eleição pra prefeito, como as pessoas seriam mais sinceras e honestas, menos arrogantes e covardes.

Obrigado Raul. Fico agradecido pelos seus ensinamentos, por saber que mesmo sem estar há dez mil anos atrás e sabendo que as voltas que o mundo dá, quem viveu, foi enganado e traído, sabe que será de engando e traído de novo.

Por fim,

Guardo na minha memória deste gênio Raul Seixas uma de suas memoráveis frases:  “Eu não sou louco. É o mundo que não entende a minha lucidez”.

Comments are closed.
Facebook
Twitter
Instagram
WhatsApp